Por: Alejando Rutto Martínez
Publicado en Amais-vos
www.amaivos.com.br
Quantas guerras os seres humanos já enfrentaram na história? Impossível encontrar uma resposta. Desde o primeiro fratricídio registrado em algum documento escrito (a morte de Abel nas mãos de Caim) , correram rios de sangue em todo mundo por causa de guerras nas quais normalmente se içam as bandeiras dos mais altos princípios morais e civis e patrióticos.
Em alguns combates, talvez nos mais horrorosos de todos, invocam o nome de Deus ou da religião (um dos lemas dos cruzados nas mal chamadas guerras santas era Deus vult: “Deus o quer”), para que um exército enfrente o outro com o inevitável saldo de morte e de destruição.
É muito difícil dar com as estatísticas do pior invento da humanidade. Quando há uma guerra ninguém fica estático para contar os mortos e calcular os destroços.
Alguns, no entanto, atrevem-se a fazer estimativas e, no caso da Primeira Guerra Mundial, várias fontes coincidem em estabelecer em quarenta milhões de pessoas a cifra de baixas , apresentadas pelos países que dela participaram: incluem em suas contas os mortos, os feridos, os prisioneiros e os desaparecidos.
É, logicamente, um número terrível se considerarmos que nos dias em que este conflito ocorreu, a tecnologia militar (vale dizer, a indústria da morte) não contava com o desenvolvimento atual; a aviação mal se assomava como arma destruidora, as comunicações não tinham os mesmos alcances e, em geral, os combatentes dispunham de armas convencionais.
Se tivesse ocorrido na época da Guerra Fria ou em nossos tempos, seus efeitos teriam sido não só devastadores senão apocalípticos, e certamente a espécie humana não poderia ter sobrevivido ao uso de armas químicas, biológicas e nucleares. A guerra, sem dúvida alguma, é sinônimo de barbárie e de brutalidade, como disse Oscar Wilde, que um homem morra por uma causa, não significa nada, quanto ao valor dessa causa. É melhor a paz mais criticável do que a mais louvada das guerras: A diferença entre um estado e outro é notória. Heródoto, por exemplo, dizia que na paz os filhos levam seus pais à tumba, na guerra são os pais que levam os filhos para a tumba.
Além do que foi dito anteriormente é importante dizer que há uma guerra invisível cujos resultados estão causando mais mortos, destruição e sofrimento que o bramido dos fuzis ou o ruído ensurdecedor dos atentados criminosos: trata-se do pioramento sustentado do meio ambiente.
Os líderes do mundo estão demorando muito em compreender que o inimigo, o verdadeiro contrincante não é um exército contrário ou um grupo terrorista senão o desgaste do solo, a desertificação, a perda de fontes d’água, o aquecimento global, a ruptura da capa de ozônio e a perda da biodiversidade. A atmosfera e o clima suportam as conseqüências produzidas pela alteração considerável dos níveis de concentração dos gases de efeito estufa e o aquecimento global da terra.
Os habitantes do Caribe colombiano tem comprovado como cada temporada de calor é mais forte do que a anterior e, quando viajam a Bogotá, normalmente comentam: “A ‘geladeira’ já não é tão fria como antes”. Sua pele confirma o que os cientistas dizem desde as revistas especializadas: “o planeta está esquentando e num ritmo acelerado”. Calcula-se que este século a temperatura aumentará em 2,2 graus, quatro vezes mais que o aquecimento dos últimos cem anos.
Os países desenvolvidos concordaram em assinar o Protocolo de Kyoto, a fim de limitar ou reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. No entanto, os resultados até o momento não mudaram o sombrio panorama sobre o qual nos alertam os ambientalistas.
Além disso, os Estados Unidos, a mais poderosa economia da órbita, negou-se sistematicamente a assinar este compromisso, apesar de que sua indústria e seus automóveis façam parte do problema. Importantes publicações científicas alertam sobre o acelerado desaparecimento de biodiversidade marinha, como conseqüência da pesca excessiva e da deterioração dos ecossistemas marinhos.
Uma das predições mais preocupantes assinala que se não forem tomadas medidas oportunamente poderiam desaparecer várias espécies antes de 2050. Outras notícias sobre o mar manifestam que mais da metade dos corais do mundo poderiam desaparecer em vinte e cinco anos devido às altas temperaturas, aos resíduos da construção e à invasão de outros agentes tóxicos.
O 30% dos recifes de coral do mundo morreram desde 1956, e outros 30% sofreram danos sérios. Nos corais se refugiam e vivem uma multidão de animais e plantas condenadas a desaparecer com o seu habitat. Seria necessário somar o dano nos solos e devastação pela forma de agricultura intensiva, a destruição progressiva das matas sem ações efetivas para controlá-la e o esgotamento das fontes de energia tradicionais, como o carvão, o petróleo e a madeira.
É necessário tomar medidas e é necessário fazer isso de maneira urgente. E todos, em todos os lugares, devem fazer uma contribuição significativa para que a sentença de Albert Einstein, não recaia sobre nós, quando afirmou que “a vida é muito perigosa. Não pelas pessoas que praticam o mal, mas sim por aqueles que se sentam a ver o que acontece”.
_____________
Alejandro Rutto Martínez. Jornalista e escritor colombiano vinculado como docente a varias universidades desse país. Autor de quatro livros e co-autor de outros três, nos quais se aborda o tema da liderança, da ética e do Desenvolvimento Humano. Visite sua página www.maicaoaldia.blogspot.com / Publicado em www.articulo.org
Publicado en Amais-vos
www.amaivos.com.br
Quantas guerras os seres humanos já enfrentaram na história? Impossível encontrar uma resposta. Desde o primeiro fratricídio registrado em algum documento escrito (a morte de Abel nas mãos de Caim) , correram rios de sangue em todo mundo por causa de guerras nas quais normalmente se içam as bandeiras dos mais altos princípios morais e civis e patrióticos.
Em alguns combates, talvez nos mais horrorosos de todos, invocam o nome de Deus ou da religião (um dos lemas dos cruzados nas mal chamadas guerras santas era Deus vult: “Deus o quer”), para que um exército enfrente o outro com o inevitável saldo de morte e de destruição.
É muito difícil dar com as estatísticas do pior invento da humanidade. Quando há uma guerra ninguém fica estático para contar os mortos e calcular os destroços.
Alguns, no entanto, atrevem-se a fazer estimativas e, no caso da Primeira Guerra Mundial, várias fontes coincidem em estabelecer em quarenta milhões de pessoas a cifra de baixas , apresentadas pelos países que dela participaram: incluem em suas contas os mortos, os feridos, os prisioneiros e os desaparecidos.
É, logicamente, um número terrível se considerarmos que nos dias em que este conflito ocorreu, a tecnologia militar (vale dizer, a indústria da morte) não contava com o desenvolvimento atual; a aviação mal se assomava como arma destruidora, as comunicações não tinham os mesmos alcances e, em geral, os combatentes dispunham de armas convencionais.
Se tivesse ocorrido na época da Guerra Fria ou em nossos tempos, seus efeitos teriam sido não só devastadores senão apocalípticos, e certamente a espécie humana não poderia ter sobrevivido ao uso de armas químicas, biológicas e nucleares. A guerra, sem dúvida alguma, é sinônimo de barbárie e de brutalidade, como disse Oscar Wilde, que um homem morra por uma causa, não significa nada, quanto ao valor dessa causa. É melhor a paz mais criticável do que a mais louvada das guerras: A diferença entre um estado e outro é notória. Heródoto, por exemplo, dizia que na paz os filhos levam seus pais à tumba, na guerra são os pais que levam os filhos para a tumba.
Além do que foi dito anteriormente é importante dizer que há uma guerra invisível cujos resultados estão causando mais mortos, destruição e sofrimento que o bramido dos fuzis ou o ruído ensurdecedor dos atentados criminosos: trata-se do pioramento sustentado do meio ambiente.
Os líderes do mundo estão demorando muito em compreender que o inimigo, o verdadeiro contrincante não é um exército contrário ou um grupo terrorista senão o desgaste do solo, a desertificação, a perda de fontes d’água, o aquecimento global, a ruptura da capa de ozônio e a perda da biodiversidade. A atmosfera e o clima suportam as conseqüências produzidas pela alteração considerável dos níveis de concentração dos gases de efeito estufa e o aquecimento global da terra.
Os habitantes do Caribe colombiano tem comprovado como cada temporada de calor é mais forte do que a anterior e, quando viajam a Bogotá, normalmente comentam: “A ‘geladeira’ já não é tão fria como antes”. Sua pele confirma o que os cientistas dizem desde as revistas especializadas: “o planeta está esquentando e num ritmo acelerado”. Calcula-se que este século a temperatura aumentará em 2,2 graus, quatro vezes mais que o aquecimento dos últimos cem anos.
Os países desenvolvidos concordaram em assinar o Protocolo de Kyoto, a fim de limitar ou reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. No entanto, os resultados até o momento não mudaram o sombrio panorama sobre o qual nos alertam os ambientalistas.
Além disso, os Estados Unidos, a mais poderosa economia da órbita, negou-se sistematicamente a assinar este compromisso, apesar de que sua indústria e seus automóveis façam parte do problema. Importantes publicações científicas alertam sobre o acelerado desaparecimento de biodiversidade marinha, como conseqüência da pesca excessiva e da deterioração dos ecossistemas marinhos.
Uma das predições mais preocupantes assinala que se não forem tomadas medidas oportunamente poderiam desaparecer várias espécies antes de 2050. Outras notícias sobre o mar manifestam que mais da metade dos corais do mundo poderiam desaparecer em vinte e cinco anos devido às altas temperaturas, aos resíduos da construção e à invasão de outros agentes tóxicos.
O 30% dos recifes de coral do mundo morreram desde 1956, e outros 30% sofreram danos sérios. Nos corais se refugiam e vivem uma multidão de animais e plantas condenadas a desaparecer com o seu habitat. Seria necessário somar o dano nos solos e devastação pela forma de agricultura intensiva, a destruição progressiva das matas sem ações efetivas para controlá-la e o esgotamento das fontes de energia tradicionais, como o carvão, o petróleo e a madeira.
É necessário tomar medidas e é necessário fazer isso de maneira urgente. E todos, em todos os lugares, devem fazer uma contribuição significativa para que a sentença de Albert Einstein, não recaia sobre nós, quando afirmou que “a vida é muito perigosa. Não pelas pessoas que praticam o mal, mas sim por aqueles que se sentam a ver o que acontece”.
_____________
Alejandro Rutto Martínez. Jornalista e escritor colombiano vinculado como docente a varias universidades desse país. Autor de quatro livros e co-autor de outros três, nos quais se aborda o tema da liderança, da ética e do Desenvolvimento Humano. Visite sua página www.maicaoaldia.blogspot.com / Publicado em www.articulo.org
No hay comentarios:
Publicar un comentario